segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A mensagem da Rainha de Copas

Esperamos o carro na saída da balada, vem o mendigo, incomoda as moças sentadas no banco ao lado, na calçada. Dou a ele uns reais para tirar a atenção delas, sento novamente, estico as pernas e ele vem na minha direção.

"Você é diferente, especial", diz. "Sabe ver o outros, terá um caminho de sucesso pela frente."

Enfia o dinheiro no bolso, anunciando em voz alta o seu nome, e vai embora, desaparecendo na noite, da mesma forma que surgiu. 

Ela, que pouco antes soprara na saída do casarão ao ouvido da Rainha de Copas, diz: "Você precisa parar com esses livros de história, tem de voltar à ficção, ser de novo dono do que escreve, dos seus personagens". 

Respiro fundo na noite em que dancei como um selvagem.

Objetos indispensáveis para escrever

Instrumentos disponíveis na mesa de trabalho para qualquer eventualidade: cinzeiro de jade, que meu pai trouxe da Guatemala quando eu era criança e ficava no seu escritório enfumaçado de cachimbo; um soco inglês inca, que comprei na rua, em #Cuzco, aos 16 anos; a tartaruga de jade e madrepérola, que trouxe do #México, em 2006; um bichinho da sorte, que comprei na estrada de Nairobi para a reserva Masai Mara. Grampeador, cortador de papel, caixa de carimbo para lacrar envelopes com cera. Por fim, latinha de Café Crème. Como viver sem isso?#nacasadoescritor#indispensável #thalesguaracy #vemlivronovoaí